sábado, 22 de agosto de 2009

Mais uma vez

E tudo se esvai, por um segundo tudo muda. Não sei se melhora, se piora, sei que muda. Quero um gole d’água, preciso de um gole d’água, mas não posso me mover, não posso mais, tudo mudou. Por que mudou? Não sei, juro que não sei, e talvez mesmo que soubesse não diria, mesmo que soubesse talvez eu não pudesse (ou não quisesse) resolver. Talvez eu nem ao menos quisesse pegar o tal copo d’água que tanto preciso.

Minha boca está seca, olho ao meu redor, nada que me refresque. Olho a minha volta, nada familiar, nada reconfortante. Como eu disse, tudo, tudo mesmo, mudou. Me sinto perdida, nem ao menos sei bem o que aconteceu, só sei que tudo mudou. Paro, penso, tudo mudou? Se tudo mudou tem que haver um porque, tem que haver. Será que tudo mudou?

Penso. Não, nada mudou. Na verdade apenas o que estava escondido, camuflado em mim aflorou. É, mais uma vez esse sentimento veio a tona e mais uma vez chorarei lágrimas torrencialmente amargas por ele. É um sentimento digno de lágrimas torrencialmente amargas, me pergunto? Não, claro que não é e não haveria de ser, mas quem se importa? Minhas lágrimas alheias aos meus sentimentos rolam fartas, torrenciais e amargas.

É esse sentimento que tem que sair de mim, me deixar, abandonar. E é ele, só ele que não me deixa. Vejo que a vida passa, as pessoas mudam e eu... eu também mudo, mas cada vez o tal sentimento, esse que tanto me faz sofrer volta, apenas volta.

E eu que falava em mudança já falo em permanência, eu que não queria a mudança a desejo, agora com força, com garra. Talvez eu não tenha percebido que o tal sentimento ausente era apenas sua fase encubada, sua fase enrustida e que bastava um estímulo, um pequeno estímulo para que ele, mais uma vez, aflorasse e novamente fizesse as tais sofridas, torrenciais e amargas lágrimas.

Espero a tal mudança, espero que o mundo mude por si só apesar de saber (e sentir na pele de novo e de novo) que ele não mudará. Eu precisaria lutar por isso, lutar contra todos os meus instintos, contra o que sinto, contra meus impulsos, levantar a cabeça e simplesmente acabar com tudo que me atormenta. Nada, nada mesmo vai acabar por si só e eu preciso estar consciente disso, preciso.

Não sei onde encontrar forças, olho para o lado, me reviro na cama, penso no amanhã. Sempre penso no amanhã, sempre decido que será diferente, mas nunca é, sei que nunca é. Amanhã será, quando eu abrir os olhos novamente meus sentimentos terão mudado, não mais serei esta fraca que chora, não mais sentirei o que agora me atormenta. Fecho os olhos. Minha garganta continua a queimar de sede.

3 comentários:

  1. Se puder, visite http://www.pretextoselr.blogspot.com/ Ficarei satisfeito se V. passar por lá.

    Abraço.

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  2. Gostaria de saber o que exatamente é sentido na pele "de novo e de novo".

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  3. Flora, o que é sentido é que ele (o mundo) não muda...
    bjos

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